Para falarmos de autonomia e independência precisamos entender o conceito de cada uma dessas palavras. Autonomia é a capacidade que temos para tomarmos decisões e planejarmos diferentes objetivos que aparecem no decorrer dos anos. Independência é a capacidade que temos para realizar alguma atividade sem precisar da ajuda de outra pessoa, podendo esta estar inserida no ambiente familiar ou não.
Estas atividades podem estar relacionadas às tarefas domésticas, tais como varrer o chão e arrumar o quarto, as tarefas de vida diária, como a higiene pessoal, vestuário e alimentação, além das atividades ligadas ao mercado de trabalho. Além disso, existe a independência emocional, ou seja, conseguir se desprender da dependência emocional que ocorre em relacionamentos interpessoais (amorosos, familiares, amizades).
Buscamos o tempo todo independência e autonomia para realizar essas atividades mencionadas acima em busca de um melhor desenvolvimento, físico ou psicológico.
Sendo assim, pensamos em como ligar essas duas palavras (autonomia e independência) para as pessoas com algum tipo de deficiência, seja ela intelectual ou motora. Para isso, é necessário observar cada pessoa de uma forma única, ressaltando suas potencialidades e também suas limitações, principalmente em como seu diagnóstico interfere nos diferentes aspectos da vida. Somente dessa maneira poderemos definir qual a melhor forma de trabalhar a independência ou autonomia de cada indivíduo com deficiência.
De toda forma, seja em maior ou menor grau, sempre é possível trabalhar na melhora da autonomia e também na independência. Muitas vezes elas começam em atividades diárias comuns, tais como: comer sozinho, escovar os cabelos e os dentes, realizar alguma atividade complexa durante as terapias, escolher o que deseja assistir, expressar seus sentimentos, escolher a roupa para usar durante todo o dia, ressaltando que nem sempre a comunicação verbal estará presente, mas outras formas de comunicação estarão disponíveis, como os olhares, gestos e outros.
Para que isso ocorra, é de suma importância o que foi mencionado acima, a observação, a escuta e a crença de que todas as pessoas (crianças, adultas, idosas) apresentam uma ou mais potencialidade. Lembrar também que apesar de um diagnóstico e de uma limitação existe alguém que deseja ser escutado.
Pequenas atitudes contribuem para a elevação da autoestima e autoconfiança, principalmente quando acompanhadas de reforços positivos, como o elogio. É necessário que todos participem, familiares, amigos, cuidadores e terapeutas. Eles serão essenciais nesse processo, já que darão o suporte emocional e o estímulo necessário para a exploração de habilidades.
Exemplos de autonomia e independência trabalhados em sessões de equoterapia:
- Praticante com Paralisia Cerebral segurando a escova e escovando um dos cavalos.
- Praticante com autismo interagindo com o cavalo e observando o animal comer grama.
Artigo escrito por:
Allana Schendroski Martins, psicóloga (CRP: 08-28019) e equoterapeuta.