Por Camila Bettega Gruginski – Gestora de Equinocultura e Equitadora
(Imagem: Praticante no início de sua sessão com o cavalo Paçoca)
Depois de realizada a escolha do cavalo, é necessário dar início a um treinamento correto para este animal, partindo do princípio que ele esteja apto tanto em sua parte física quanto psicológica para realizar tais atividades. Este treinamento deve ser feito pelo profissional de equitação, porém pode e deve contar com toda a equipe multidisciplinar durante este processo, orientando-os, para que todos sintam-se confiantes e seguros durante os atendimentos.
Cavalos são curiosos e é importante que durante o seu treinamento eles possam manifestar sua curiosidade. São também animais que, na natureza, tendem a conservar energia, pois são presas. Portanto uma boa recompensa é o descanso após uma atividade bem realizada, os cavalos aprendem em um processo de pressão e alívio e ao obter esse descanso eles irão assimilar a informação correta.
Por melhor que seja a índole e a boa vontade de cada animal, é normal que nem todos os cavalos realizem todos os exercícios, é preciso saber respeitar a individualidade de cada um e não esquecer que, de modo geral, eles têm vontade de cooperar conosco, se algo não estiver certo o cavalo lhe dirá! E é importante investigar.
Um bom cavalo de equoterapia deve realizar os exercícios que lhe forem propostos de maneira calma, passando segurança para o praticante. Portanto, aí vai uma dica: toda atividade deve ser apresentada ao cavalo e realizada com a equipe antes de ser aplicada na sessão.
(Imagem: Cavalo Nego em uma sessão de atendimento com o uso de brinquedos didáticos)
Há diversas maneiras e diversos exercícios que podem ser realizados para treinar o cavalo de equoterapia, que podem ser aplicados a todos os cavalos de maneira geral. Eles devem realizar atividades diversas, além dos atendimentos, tais como: serem montados fora da sessão, serem soltos no piquete, ter a oportunidade de conviver com outros cavalos (são animais gregários), realizar atividades na guia longa/trabalho de chão, atividades em um redondel, trabalhos de dessensibilizarão com bandeira, objetos que serão utilizados na sessão, entre outros.
Um cavalo de equoterapia também deve ser condicionado fisicamente, e isso pode ser feito tanto na montaria quanto nos trabalhos de guia/chão. Um bom treinador fará um bom cavalo, e um bom treinador deve conhecer os cavalos em sua naturalidade, de maneira geral, e a característica de cada um dos animais de sua equipe, para assim poder perceber qualquer mudança de atitude ou possível desconforto.
(Imagem: Cavalo Romeu realizando exercícios na guia longa)
Após uma sessão também é legal oferecer uma cenoura, um açúcar ou algum alimento do agrado do animal, e esta é uma atividade que fortifica o elo entre cavalo e praticante. Sem esquecer que esse agrado deve ser feito após a sessão, se for realizado antes o cavalo tende a ficar ansioso, procurando mais comida nas mãos das pessoas que estão participando do atendimento.
(Imagem: Praticante oferecendo açúcar ao cavalo Nego após sua sessão)
Outra dica muito importante é: passe tempo com o seu cavalo fora do ambiente terapêutico, conheça os animais com quem irá trabalhar, monte, realize atividades junto ao profissional de equitação, tire suas dúvidas! Pois mesmo com o treinamento adequado a equipe deve saber analisar e escolher qual o melhor cavalo para cada praticante.
E não esqueça: O bem estar geral de um cavalo, físico e psicológico está interligado diretamente com os bons resultados de um atendimento.