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– Paralisia Cerebral (PC)

A encefalopatia crônica não progressiva, popularmente conhecida como paralisia cerebral, é a deficiência mais comum que acomete crianças, sendo a prevalência de 7 casos a cada 1000 nascidos vivos. É caracterizada por alterações neurológicas que afetam o desenvolvimento cognitivo e motor, alterando tônus, postura e coordenação. É uma lesão permanente e não progressiva, que pode ocorrer no cérebro em desenvolvimento no período gestacional, do parto ou neonatal.

Uma das principais causas desta lesão é a hipóxia, que basicamente é falta de oxigenação no cérebro da criança, levando a uma lesão cerebral leve, moderada ou grave.

A paralisia cerebral é classificada de acordo com o tônus muscular, sendo esses: espástico, hipotônico, atetose ou atáxico, e também de acordo com sua topografia: diplegia, paraplegia, hemiplegia e tetraplegia.

O diagnóstico é feito através do exame físico e de imagem, e é de fundamental importância o diagnóstico precoce dessa patologia para iniciar o tratamento correto para uma melhor evolução e qualidade de vida desta criança.

O tratamento deve ser feito de forma multiprofissional, envolvendo medicamentos, cirurgias e tratamento clínico, todos visando maior funcionalidade.

– A PC e a Equoterapia

Como foi visto no artigo sobre equoterapia, falando sobre os benefícios dessa terapia para os pacientes em geral, na criança com paralisia cerebral os principais objetivos da equipe são ganhar alongamento, mobilidade e força muscular, estimular o uso funcional dos membros, adequar equilíbrio, tônus e postura, trabalhar a dissociação de cintura pélvica e escapular, melhorar a autoestima, independência, socialização e outros diversos ganhos.

O passo rítmico e cadenciado do cavalo proporciona o estímulo que tem como seu principal objetivo             minimizar o tônus muscular, promovendo assim um melhor alinhamento postural, com movimentos mais coordenados e menos compensatórios.

Devido ao movimento tridimensional proporcionado pelo cavalo, o praticante que está realizando a terapia realiza novas conexões, que são conhecidas como sinapses e a neuroplasticidade, que promovem o ganho de novas habilidades motoras e físicas para ele.

O cavalo é usado como agente facilitador para todos os ganhos que queremos obter, e dentro do atendimento de equoterapia o animal é considerado parte da equipe e um terapeuta.

– O papel do fisioterapeuta na equoterapia

O fisioterapeuta com formação em equoterapia, tem a função de avaliar e realizar o plano de tratamento, visando a melhor conduta para o desenvolvimento de cada paciente. É de extrema importância que o profissional tenha conhecimento e formação na área de equoterapia, porque além de conhecer e estar apto a atender diversas patologias neurofuncionais, como por exemplo a paralisia cerebral, ele também precisa ter conhecimento sobre o movimento cinesioterapêutico do cavalo e como ele pode ajudá-lo a proporcionar maiores ganhos para essa criança.

Durante os atendimentos, o fisioterapeuta busca estimular um bom alinhamento postural e movimentos coordenados, realizando correções durante a montaria e estimulando o praticante a realizar as atividades que são propostas para ele, levando a uma maior independência. Pode ser realizada a montaria dupla, onde o terapeuta monta junto com o praticante, normalmente utilizada em crianças como pouco controle de cabeça e tronco, ou que ainda tenham um pouco de insegurança, ou pode andar ao lado do cavalo dando suporte. O objetivo durante os atendimentos é que o paciente sinta da melhor forma o movimento do cavalo, para proporcionar ganho de habilidades motoras que consigam seguir a linha desenvolvimento motor que devem ter, como por exemplo, gatas, sentar, ajoelhado, rolar e por fim ficar em pé.

Por: Giovana Bonotto Zilli – Fisioterapeuta com formação em equoterapia.